DDS do Sapo: você está se acostumando com o risco?

Olá, seja bem vindo! Aqui é Aqui é o Herbert Bento, fundador do DDS Online e dos Pendrives de Segurança do Trabalho. Nosso DDS de hoje será uma reflexão: o DDS do sapo.
Quem me deu a sugestão para esse DDS foi um parceiro, o Marcos, que me disse: “Herbert, você já escreveu o DDS do rato, por que não faz o do sapo?”
Vamos começar com uma pequena história que tem muito a nos ensinar.
Se colocarmos um sapo dentro de uma panela com água na mesma temperatura do ambiente em que ele vive, ele ficará ali, tranquilo e confortável.
Agora, se ligarmos o fogo no mínimo e começarmos a aquecer a água de forma muito lenta, grau por grau, algo curioso acontece.
O sapo não percebe a mudança gradual de temperatura. Ele tem uma incrível capacidade de adaptação e vai ajustando a temperatura do seu corpo, gastando sua energia para se sentir confortável naquele ambiente que, aos poucos, se torna hostil. Quando a água finalmente atinge o ponto de fervura, o sapo, já sem energia para dar o pulo salvador, acaba morrendo cozido.
O mais interessante é que, se jogássemos esse mesmo sapo na água já fervendo, ele pularia para fora no mesmo instante para salvar sua vida.
A reflexão para a Segurança do Trabalho
O que matou o sapo? A maioria diria que foi a água fervente.
Mas, na verdade, foi a sua incapacidade de perceber o perigo quando ele surgiu de forma lenta e gradual.
Agora, olhe para o nosso ambiente de trabalho. Será que não existem “panelas” esquentando lentamente ao nosso redor?

Muitas vezes, nos acostumamos com pequenas condições de risco que vão se instalando aos poucos:
- Pequenos desvios: aquela poça de óleo que “sempre esteve ali” e da qual todos desviam. A máquina que faz um barulho estranho, mas como não quebrou, “deixamos para ver depois”.
- Gambiarra permanente: uma ferramenta adaptada ou um reparo improvisado que era para ser temporário, mas se tornou parte da rotina.
- Flexibilização de procedimentos: “vamos fazer assim só hoje para ser mais rápido”. Esse “só hoje” se repete até que o jeito errado vira o padrão e a memória do procedimento seguro se perde.
- Riscos invisíveis: a exposição contínua a um nível de ruído que, no começo, incomodava, mas hoje “já nos acostumamos”. Ou a uma postura inadequada que gera um pequeno desconforto, mas que ignoramos até se transformar em uma lesão crônica.
Esses são os sinais da “água esquentando”. Nos adaptamos ao risco, nos conformamos com o erro e com a condição inadequada. Nossa percepção de perigo diminui e, quando o acidente acontece, é tarde demais.
Qual é a lição do DDS do sapo?
A história do sapo é um alerta poderoso: não podemos nos dar ao luxo do conformismo em SST. A zona de conforto pode ser o lugar mais perigoso que existe.
Nosso desafio diário é sermos como o sapo que pula fora da água quente imediatamente. Para isso, precisamos:
- Manter a vigilância: estar sempre atento às mudanças no ambiente, por menores que pareçam. O que mudou hoje? O que está diferente de ontem?
- Não se acostumar com o errado: o fato de um risco existir há muito tempo não o torna aceitável. O “sempre foi feito assim” é uma das frases mais perigosas na prevenção de acidentes.
- Comunicar e agir: viu algo errado? Reporte. Sua percepção de risco pode ser o “pulo” que salva a sua vida e a de seus colegas. Não espere que outra pessoa faça isso.
- Questionar a rotina: devemos nos perguntar constantemente: “Esta é a forma mais segura de fazer, ou apenas a forma como nos acostumamos a fazer?”
Não espere a água ferver. A segurança é um exercício diário de percepção e atitude. Vamos combater o conformismo e garantir que nossa única adaptação seja à melhoria contínua e às práticas seguras.
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Risco grave e iminente: saiba como identificar e o que fazer.
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