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Uso excessivo do computador: LER e DORT

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Antigamente quando o tema “segurança no trabalho” era utilizado, a maioria das pessoas relacionava a acidentes ou doenças ocupacionais. Porém, nos dias atuais, e com a grande diversidade de setores existentes no mercado de trabalho, fica difícil fazer uma relação tão singela. Com o advento da tecnologia, muitos setores de trabalho foram acompanhando as inovações […]

Antigamente quando o tema “segurança no trabalho” era utilizado, a maioria das pessoas relacionava a acidentes ou doenças ocupacionais. Porém, nos dias atuais, e com a grande diversidade de setores existentes no mercado de trabalho, fica difícil fazer uma relação tão singela.

Com o advento da tecnologia, muitos setores de trabalho foram acompanhando as inovações e, consequentemente, se informatizando. Assim, muitos trabalhadores passaram então a trabalhar por horas em computadores, a principal ferramenta do mundo tecnológico.

O que não se sabia de início era que toda essa praticidade trazida pela informatização do trabalho causaria o surgimento de novas doenças ocupacionais. Mas como assim? É simples. Pessoas que passam a maior parte do tempo trabalhando somente em computadores, sem tomar os cuidados necessários acabam adquirindo algum problema de saúde.

Os problemas relacionados ao mau e excessivo uso dos computadores são um dos principais focos de estudo da Ergonomia, pois um de seus objetivos é proporcionar melhorias na relação trabalho – trabalhador.

Sempre que falamos sobre doenças relacionadas ao mau ou excessivo uso de computadores, a primeira a aparecer na lista são as doenças musculoesqueléticas.

Vamos agora entender melhor do que se tratam:

• LER/DORT

– LER: São lesões por esforços repetitivos.

– DORT: São doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho.

Causas:

– Constantes movimentos repetitivos sem repouso suficiente;

– Ritmo de trabalho intenso;

– Falta de tempo para ir ao banheiro;

– Necessidade de ficar parado ou sentado durante muito tempo;

– Móveis e equipamentos incômodos;

– Cobrança excessiva para produzir no ritmo estipulado.

Quando o trabalhador apresenta pelo menos duas das causas citadas acima, está diagnosticado um caso de LER/DORT. Após esse diagnóstico, o trabalhador deve permanecer sempre atento à sua saúde e ao trabalho que realiza para prevenir possíveis doenças, tais como:

– Tendinite: É a inflamação aguda dos tendões dos músculos flexores, sendo mais comum em punhos, cotovelos e joelhos. Ao realizarmos um movimento, contraímos o músculo e esticamos o tendão. Com a repetitividade constante do movimento o tendão acaba sendo lesionado, causando forte dor local.

– Tenossinovite (dedo em gatilho): Bastante semelhante à tendinite, diferindo somente no local da inflamação. Neste caso acontece na bainha sinovial que envolve o tendão, próxima ao osso, sendo mais comum nos dedos das mãos.

– Bursite: É a inflamação da bursa, uma bolsa que contém um líquido que envolve os tendões e serve de amortecedor entre o músculo e o osso. O local no corpo humano onde há a maior quantidade de bursa é o ombro, por isso esse é o local mais acometido.

– Síndrome do Túnel do Carpo: Ocorre quando o nervo que passa pelo punho fica submetido à compressão, causada pelo estreitamento do canal por onde o nervo passa. Assim há uma inflamação crônica dos tendões, causando forte dor.

A LER/DORT divide-se em três fases:

– Fase 1: Dores fortes e constantes durante certa atividade repetitiva.

– Fase 2: As dores não desaparecem mesmo quando em repouso.

– Faze 3: Estado doloroso intenso com incapacidade funcional, mas não necessariamente permanente.

Além das doenças, o trabalhador ainda é acometido por outros problemas, tais como:

– Fadiga muscular;

– Alteração da sensibilidade;

– Sensação de peso;

– Perda de controle de movimentos;

– Dor;

– Formigamentos.

O grande problema dessas doenças é que elas não surgem de uma hora pra outra. São cumulativas, ou seja, quanto mais a pessoa repetir o erro, mais chances têm de contrair alguma das doenças citadas anteriormente. O processo é lento e gradativo, por isso exige tantos cuidados.

E de que forma acontece a prevenção?

– Primeiramente, é primordial que o trabalhador preste atenção em si mesmo. Observe se o seu organismo não está demonstrando alguns sinais de alerta, que muitas vezes passam despercebidos.

– Ao sentir qualquer tipo de dor, procure logo um médico. Não deixe a dor ficar insuportável para procurar por ajuda.

– Utilize mobiliário adequado. Cadeira com apoio para os braços, monitor na altura dos olhos, mouse numa distância em que o braço não precise ficar esticado, iluminação adequada, apoio para os pés.

– Realize pequenas pausas, de cerca de 5 minutos, durante o período de trabalho.

– Se a sua empresa tiver programa de ginástica laboral, participe! Ela é feita para melhorar a sua qualidade de vida, o que consequentemente, vai melhorar sua produtividade no trabalho.

– Caso sua empresa não tenha, sugira que adotem um programa de ergonomia. Todos saem ganhando, inclusive a empresa.

– Atente para os exercícios propostos. Eles devem ser realizados de forma a melhorar o desempenho das partes do corpo mais afetadas, e exercitar aquelas que ficam paradas por muito tempo. Se o programa não estiver a contento, converse com o organizador e proponha melhorias.

– Distancie seus olhos do monitor a cada 10 minutos, focalizando-os o mais longe possível por pelo menos cinco segundos.

Nesse caso, a maior arma que o trabalhador possui é o diálogo. Busque sempre se informar acerca dos riscos presentes na sua atividade, pergunte quando não souber alguma coisa, corra atrás dos seus direitos. Em muitos casos, quando a doença aparece não tem cura, acarretando o afastamento permanente do trabalhador.

Cuide-se! Se você não zelar por sua vida, quem o fará?